Trilha pela serra gaúcha de Jeep

Um trajeto de 600 quilômetros para testar o Compass, o SUV mais vendido do Brasil, dentro e fora de estrada. Para percorrer as trilhas pela Serra Gaúcha e pela Serra Catarinense, dirigi a versão Limited 4×4. O Jeep é equipado com o motor diesel 2.0 Multijet turbo, que oferece 170 cv de potência e 35,7 kgfm de torque.

Foram dois dias de viagem e muitas paisagens incríveis. O roteiro inicial tinha 345 km on-road e 255 off-road. Com as complicações meteorológicas, o percurso cresceu consideravelmente no primeiro dia. O desempenho do carro surpreendeu; em nenhum momento senti a necessidade de mais torque. O Compass atravessou com tranquilidade os trechos alagados (lembrando que a altura máxima de água tolerada pelo SUV é de 48 cm) e as passagens com muita lama. Nesse último caso, o modo “mud” foi utilizado em conjunto com o 4×4.

O problema crítico foram os pneus. As rodas aro 19 sofreram bastante com as estradas acidentadas e as muitas pedras pontiagudas. No primeiro dia, os veículos do comboio somaram seis pneus furados e um com bolha. Até mesmo a versão Trailhawk, criada especialmente para os ambientes off-road com rodas aro 17 e pneus todo-terreno 225/60, pediu socorro. O indicador de pressão dos pneus foi um facilitador, já que avisava prontamente quando algo estava errado com o componente.

O conforto do SUV agrada. A suspensão aguentou bem os impactos e, mesmo passando mais de 12 horas dentro do carro, não tive dores nas costas. Os equipamentos do modelo são importantes quando se pretende ficar tanto tempo na estrada. Carregamos os celulares, escutamos música e controlamos o ar-condicionado para os passageiros das duas zonas por diversas vezes. O porta-malas de 410 litros comportou com tranquilidade as malas de três pessoas.

As trilhas pela Serra Gaúcha

Não é preciso ter um Compass para fazer as trilhas pela Serra Gaúcha, detalhadas abaixo. Para os iniciantes nas aventuras off-road ficam algumas dicas aprendidas por mim:

Não subestime as condições do tempo! Sabíamos que seria frio (a previsão era de -4º a 14º) e que provavelmente dirigiríamos em meio à neblina. O tempo ficou pior que o esperado e o trajeto teve que ser alterado. Não há outra opção que não essa, a segurança sempre deve estar em primeiro lugar. Por isso, tenha um bom plano B.

Nunca faça viagens desse tipo sozinho. Estávamos em um comboio com 12 unidades do Compass, duas do Renegades e um Wrangler. Durante os mais de 600 km, precisamos de ajuda para trocar os pneus, para nos orientarmos (já que é fácil ficar perdido entre as entradas de terra, que não possuem sinalização) e até mesmo para dividir o volante. Com as condições de visibilidade tão ruins, o motorista precisa prestar muita atenção e naturalmente se cansa mais rápido que o normal. Sem falar que, se for preciso, um carro pode resgatar o outro.

Carregue seu celular. O telefone móvel tem diversas funcionalidades na trilha, como GPS e, principalmente, como máquina fotográfica. O visual é indescritível e deve ser registrado. Para a comunicação entre o comboio, no entanto, o ideal é que se utilize rádios. Isso porque durante o trajeto quase não há sinal de telefonia.

Preste atenção nas placas que indicam animais na pista: de fato, eles existem – e estão soltos por toda parte.

Mantenha os faróis de neblina sempre ligados. Eles auxiliam bastante nos momentos em que a visibilidade é (muito!) limitada.

Faça pausas durante o trajeto. Dirigir por tanto tempo cansa, compromete a concentração e pode causar dores musculares. Para evitar os problemas listados, é essencial dar uma andada a cada duas, três horas.

Experimente os sabores da região. Durante o trajeto existem ótimos restaurantes, com pratos tradicionais, como churrasco gaúcho, carne de cordeiro, pinhão e sagu. As geleias também são deliciosas. Um experiência à parte.

Por fim, e mais importante: é possível concluir as trilhas pela Serra Gaúcha. Nem todos os motoristas que participaram do Jeep Experience trabalham diretamente com automóveis, mas podemos dizer que a grande maioria aproveitou a jornada. Pessoalmente, fiquei orgulhosa da minha participação. Venci o cansaço e, apesar de ter sido a única mulher a dirigir um dos carros do primeiro grupo, desempenhei essa função com tanta sagacidade quanto os demais motoristas. Eu abri caminhos pelas estradas, para quem quiser seguir os meus passos, para quem quiser ir mais longe.

Roteiro

O trajeto começou em Santa Catarina e terminou em Gramado, no Rio Grande do Sul confira-o com mais detalhes:

1º dia

  • Florianópolis
  • Mirante Serra do Rio do Rastro
  • Cânion Boa Vista
  • São José dos Ausentes
  • Cambará do Sul

2º dia

  • Cânion do Itaimbezinho
  • Passo do S
  • Parada Cachoeira do Caracol
  • Catedral de Pedra
  • Gramado

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